Pe. Manuel Oliveira coleciona
rádios desde a sua juventude e não esconde o fascínio pelas caixas mágicas do
som.
Manuel Oliveira nascido em
1948 na freguesia de Travassós, concelho de Fafe, lembra-se bem do seu primeiro
contacto com um receptor de rádio, trazido de França por um familiar. Com oito
ou nove anos de idade descobriu uma forte atracção por aquelas caixas, com
botões, que emitiam música e vozes.
Já no seminário, Manuel
criou a sua própria frequência de rádio e confessa ter feito algumas “traquinices”
com a sua “invenção”.
Fez um curso técnico de
rádio por correspondência e, a partir daí, reparou aparelhos aumentando o gosto
pelos rádios que continuava a juntar em sua casa.
“Muitos foram-me oferecidos,
outros comprei e alguns tenho pena de não ter conseguido recolher”, revelou Pe.
Manuel Oliveira que, religiosamente, guarda na sua residência de Vinhós cerca de setenta rádios de origem diversa,
tamanhos variados, fabricados desde os anos 40 até à actualidade. Uma coleção encantadora,
única na região que já integrou várias exposições temporárias em Fornelos,
Travassós e cidade de Fafe.
Sendo uma coleção particular,
Pe. Manuel não conhece o seu destino. “Quem ficar com a casa fica com a colecção
e espero que a preserve e enriqueça”, disse o Pároco que já ofereceu alguns
rádios e também não descora a possibilidade de poder vir a doar o acervo a
alguma instituição.
No momento o espaço deste núcleo
museológico está preenchido e Pe. Oliveira tem dúvidas relativamente à
possibilidade de angariar e integrar outros espécimes à colecção que se
distribui em várias dependências de uma residência particular, sempre aberta
pela generosidade e grande sentido de partilha de um Padre que já dedicou uma
boa parte da sua vida à nobre causa da preservação de uma memória quase perdida,
de um património impar de inegável valor cultural.
“UM POVO SEM MEMÓRIA É UM POVO SEM HISTÓRIA”
Pe. Manuel Oliveira
Nota: Agradeço a Armando
Marques ter viabilizado o acesso a esta colecção; a Soledade Vaz a gentil
cedência do seu trabalho de investigação e, naturalmente, ao Pe. Manuel
Oliveira pela sua disponibilidade e extraordinária recepção.
Jesus Martinho
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