O Museu Etnográfico de
Cepães em honra da Senhora de Guadalupe encontra-se praticamente concluído,
estando a sua inauguração agendada para o próximo dia 19 de Maio.
Instalado num edifício
paroquial, o pólo museológico é fruto do trabalho e dedicação de um cepanense;
Abílio Castro, um operário da construção civil aposentado há anos por motivos
de saúde, é um artesão da madeira que dá forma a raízes transformando-as em
belas peças decorativas. É também um apaixonado pelas tradições e memória
colectiva. Ao longo do tempo foi recolhendo peças antigas que, em alguns casos,
restaurou e guardou em sua casa. O sonho de Abílio Castro era criar um Museu na
sua terra natal, Cepães, onde todos “pudessem usufruir e partilhar raridades e
antiguidades”.
Falou com o pároco de Cepães, José Marques Domingues e
lançou-lhe o desafio de instalar o preconizado Museu num edifício desactivado
junto à igreja. O pároco gostou da ideia e acarinhou-a de imediato, acreditando
que o projecto seria mais um atractivo para a freguesia e para o concelho.
Abílio meteu mãos à obra e durante 19 meses consecutivos trabalhou
generosamente, com afinco, para a concretização de um velho sonho.
Auxiliado
mais de perto por Barbosa Leal, outro dedicado cepanense, com o apoio da
paróquia através da sua Comissão Fabriqueira e alguns patrocínios, o artesão
das raízes afirmou: “os cepanenses ultrapassaram as minhas espectativas,
cedendo muito mais peças do que eu imaginava. Temos aqui material que estava
morto e agora ganhou vida”. Mas nem tudo foi fácil; “ouve alturas que
desanimei, algumas promessas demoraram, outras não foram cumpridas e confesso
que fiquei desesperado. Tive pessoas que disseram que me apoiavam e não
ajudaram em nada”, desabafou Mestre Abílio que, apesar das adversidades, não
desistiu, afirmando: “hoje voltava a fazer o mesmo para concretizar a obra
mesmo sabendo que o meu lucro foi gastar gasolina e estragar o meu automóvel”. Abílio
Castro bateu a muitas portas numa missão de resgate de velhos objectos e
artefactos que agora compõem o Museu Etnográfico de Cepães, instalado em dois
pisos e um terraço.
No preciso momento que o
“Notícias de Fafe” fazia esta reportagem, surgiu Aurora Carneiro, uma vizinha
que transportava uma antiga máquina de escrever e um pequeno pipo metálico para
oferecer ao Museu. Testemunhámos e registámos este momento e o rosto de grande
satisfação de um cepanense que dedicou e continuará a dedicar parte da sua vida
à “menina dos seus olhos” que, a partir do dia 19 de Maio, passará a ser mais
um equipamento cultural da freguesia que certamente orgulhará a comunidade
cepanense.
Abílio Castro conseguiu
angariar muitas centenas de espécies museológicas, representativas de um
passado recente do qual só os mais velhos têm recordações. Os mais novos vão
poder conhecer aspectos do quotidiano de outrora com forte incidência numa
ruralidade perdida que, durante séculos, caracterizou uma terra com muita história,
devotada à Virgem protectora dos agricultores a Senhora de Guadalupe, agora
também, patrona do segundo Museu Etnográfico do concelho de Fafe.
1 comentário:
olà eu jose Vieira estou muito orgulhoso por tudo o que fazem na minha terra cepães.Parabens por este museu e agradeço a todos aqueles que contribuiram para isto se realizar principalmente a minha mãe com o seu tiar. Felicidades de jose Vieira em paris fraça. josevieirabelide@hotmai.fr
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