13 de maio de 2013

CARTA ABERTA A DIOGO VASCONCELOS





O semanário “Notícias de Fafe”, no seu número 61 de 10 de Maio, publicou um artigo de opinião relativo às Jornadas Literárias de Fafe (JL), assinado por Diogo Vasconcelos.

Esse texto, inconsistente, parcial, inoportuno, antagónico… lesa, na minha modesta opinião, o estado da cultura fafense e ofende profundamente uma larga faixa de pessoas que trabalham generosamente para uma causa tão nobre na qual eu me incluo.

O articulista põe em causa a designação das JL citando uma qualquer enciclopédia de Internet, explicando o óbvio: o significado de literário! O nome do evento, não sendo o mais importante, é fruto do enorme desenvolvimento e abrangência de um pequeno e despretensioso projecto iniciado em 2010 na Escola Secundária de Fafe: as 1ªs Jornadas Literárias de Fafe.

Logo a seguir fala em “25 eventos promovidos pela organização”, demostrando um claro desconhecimento do programa e respectivas iniciativas que ultrapassaram a centena, espalhadas por todo o concelho, em todos os Agrupamentos de Escolas, na quase totalidade dos estabelecimentos de ensino, pelas associações, em instituições, nas juntas de freguesia… O Diogo não leu as letras pequenas nas agendas, ou então, a miopia premeditada não o deixou enxergar.

O infeliz colunista voltou ao conhecimento enciclopédico para deixar duas noções de cultura escrevendo: “Cultura, para as ciências sociais, é algo com a qual as pessoas se identificam e que reconhecem como seu”, conceito que assenta como uma luva às JL.

Diogo Vasconcelos não acredita que “haja, nos nossos dias, quem se reconheça e reveja nos trajes de lavradeiras do século XIX ou na confraria da vitela”. Contudo, mais adiante afirmou… “tradição não é algo morto que se relembra com saudosismo, mas antes algo embebido e que reside nas gentes”, ora esta é uma das virtudes das JL, que o digam as gentes que nelas participaram aos milhares!

“Vernaculidade”, meu caro, significa genuinidade, pureza, isso não é bom? É a cara das Jornadas!…

“Tristes e pobres recriações históricas” diz Vasconcelos que certamente não assistiu a nenhuma, absorvido talvez pela “wikipédia”. Então juntar muitas centenas de figurantes e milhares de espectadores é pobreza?

 “Triste” é o seu texto que, mesmo não conhecendo a motivação que o levou a escrever desta forma, denota uma grande ignorância, no que diz respeito a Jornadas Literárias, a grande festa da cultura fafense, que, realmente “cheiram a verdade, a tradições, a povo, a coração a broa e sobrevivência”, como diz o seu mentor e coordenador Carlos Afonso.

Todos temos direito à opinião, estamos numa Democracia, porém há princípios éticos e normas de conduta que eu defendo e continuarei a defender. Na qualidade de cidadão fafense, defensor da nossa cultura, quero expressar o meu veemente protesto pela infeliz publicação, comunicando que vou suspender funções como editor de cultura do semanário “Notícias de Fafe” até ser publicado, no mesmo periódico, um pedido de desculpas por parte de Diogo Vasconcelos que ofendeu profundamente milhares de fafenses e muitos obreiros das Jornadas Literárias, o maior evento cultural de Fafe.

Jesus Martinho       


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