Localização: Rua Monsenhor Vieira de Castro
Época: 1861
Arquitectura: Palácio urbano neoclássico
A Fachada principal é sóbria e austera, de linhas equilibradas com uma porta principal centrada e treze amplas janelas.
O andar apresenta uma estreita varanda que atravessa toda a fachada, com guarda em ferro primorosamente trabalhada.
Aqui sobressai também um esmerado trabalho de cantaria (granito), simples, notório nas esquinas, soleiras, ombreiras e nas molduras de portas e janelas.
A fachada é encimada por platibanda que apresenta o clássico frontão triangular com a data da construção em cobre cravado em moldura circular.
“Neste verdadeiro palácio de rés-do-chão e andar, telhado de quatro águas, salientam-se as grossas paredes de pedra e as esquinas, soleiras e ombreiras de cantaria. Verdadeiro palácio ou solar urbano, nele ressalta a pompa das janelas e sacadas. Do átrio em pedra lavrada, sai a escadaria em madeira exótica, que se desdobra em dois lanços, ocupando o centro do edifício. No rés-do-chão situam-se os escritórios e dependências de serviço e no andar, sobre a frente, um majestoso salão para recepções. O edifício é rebocado a branco, destacando-se no interior as madeiras preciosas, os estuques e os delicados móveis e porcelanas.”
Este palácio que naquela época era uma das casas mais luxuosas de Fafe encontra-se actualmente abandonado, mostrando sinais claros de degradação.
José Florêncio Soares (gravura de Luís Gonzaga 1994) |
José Florêncio Soares nasceu em Fafe a 4 de Março de 1824. Filho de médico cirurgião e proprietária emigrou para o Brasil com apenas 13 anos de idade e por lá casou com Maria Teresa da Costa do Rio de Janeiro.
Na qualidade de um dos mais bem sucedidos «brasileiros» de torna viagem, foi um dos fundadores da Fábrica do Bugio (1873) e esteve à frente de um grupo de outros «brasileiros» de Fafe que promoveram a construção do Hospital da Misericórdia (1863).
Como Presidente da Câmara Municipal liderou as principais obras dos finais do século XIX, das quais se destaca o Jardim público (1892).
José Soares foi, na época, o principal benfeitor da construção da Igreja nova de S. José, interrompida após a sua morte em 1 de Abril de 1900.
Fafe reconheceu este distinto fafense atribuindo o seu nome à Praça defronte ao Hospital de S. José.
Fonte: Monteiro, Miguel, Fafe dos «brasileiros» (1860 -1930) Perspectiva histórica e patrimonial, Fafe, 2004 (2ª edição) p. 196
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