Após
a chegada do primeiro comboio a Fafe, na manhã do dia 21 de Julho de 1907, num
dos maiores acontecimentos da história contemporânea local, não poderia faltar
um faustoso manjar para os convidados “VIP”. Partilho aqui o distinto menu do
jantar comemorativo da inauguração da linha férrea Guimarães-Fafe.
JANTAR
«Na
nobre casa do Santo, fidalgamente cedida á ilustre commissão dos festejos, foi
offerecido, pelas 5 horas da tarde, á direcção e pessoal superior da companhia
e a diversos cavalheiros convidados, um opíparo banquete, cujo menu, fornecido
pela confeitaria Oliveira, do Porto, foi assim constituído:
Potage
creme a la ville de Fafe.
Petits
vol-au-vents de Perdreaux aux truffes,
Turbot
sauce aux capers,
Piece
de boeuf au champignons,
Mayounaise
de homard a la modernne,
Galantine
de carnad a la Paaurcenne,
Diudonneaux
Roti au cresson,
DESSÉRT
Panding
a la Portugaise,
Glace
a la creme et aux fraises,
Selade
de fruits au champagne,
Gelée
au liquer d’or,
Charlotte
Russe a la Chantilly,
Fromage
et friuts divers,
Patisserie
assorties.
VINS
Xeréz,
Madére, Collares, Blanc et Rouge, vert Fafé, Básto, champagne, Porto secco,
café, cognac et liquers».
Ao
dessert, o snr. conselheiro Florencio Monteiro, dr. João Leite de Castro, Luiz
Dourado, Oliveira Guimarães, Antonio Caldeira e outros brindaram a el-rei, a
Reis Porto, a Ferreira de Lima, ao concelho de Fafe, ás damas e á imprensa,
terminando o opíparo banquete, em que sempre reinou alegria, pelas 8 e meia da
noite, hora a que já nas ruas, havia um extraordinário movimento de gente
anhelante de ver as illuminações que pela sua originalidade e bom gosto, eram
d’um effeito deslumbrante, feérico, único.
A’s
9 horas começou a queimar-se o fogo de artificio que agradou muito, e ás 10,
oprefixas entre as acclamações enthusiasticas do povo, ao som da musica e do
troar da dynamite, regressou a Guimarães o comboio inaugural.
Na
villa, porem, continuaram os festejos, que se prolongaram até deshoras da
noite, mantendo-se o povo a apreciar as illuminações, que, como dissemos, eram
d’um lindo effeito, d’um brilhantismo raro.»
In jornal “O Povo de Fafe”,
25 de Junho 1907
Sem comentários:
Enviar um comentário