O arranque do ano de 1941, em termos meteorológicos, não foi
nada favorável para o concelho de Fafe. Após um grande nevão, que também
atingiu a antiga vila no dia 16 de Janeiro, sob o titulo “O apavorante temporal
de sábado”, o semanário “O Desforço” desenvolveu a notícia das tempestades que
assolaram todo o território nacional, em 15 de Fevereiro de 1941.
“Em Fafe – na vila e por todas as aldeias – o temporal foi
medonho, arrancando alguns milhares de árvores, entre as quais, as mais
sacrificadas, foram oliveiras, pinheiros e eucaliptos, avaliados em muitas
dezenas de contos.
Muitos muros foram derrubados, assim como beirais de
telhados, os próprios telhados de alguns casebres, sobre os quais caíram
oliveiras seculares…
A noite foi passada em trevas numa grande parte das ruas e
nas habitações, porque os condutores elécticos, tanto do Bugio, como de Santa
Rita, sofreram avarias.
Os rios aumentaram muito de volume e a linha férrea foi
juncada de árvores, pelo que o comboio das 20 e tal, só chegou ás 4 horas de
domingo. O das 11 e tal de domingo, só chegou às 16 horas, saindo o das 16,5 ás
18 horas.
No domingo não houve jornais do Porto. E as comunicações
telefónicas e telegráficas, têm estado interrompidas, assim como os correios de
Lisboa e de outros pontos.
Nesta terra, felizmente, a não ser o susto e os grandes
prejuízos materiais em todo o concelho, não há desgraças pessoais a lamentar.
Desde a 1 hora de domingo, o temporal afrouxou, caindo depois
bátegas de chuva e de saraiva, com trovões, sentindo-se muito frio.
Ás 2 h. de segunda-feira, sentiu-se nesta vila um tremor de
terra de pequena duração.
A lua cheia de Janeiro foi bem cheia de calamidades.”
IN: Jornal “O Desforço”, 20 de Fevereiro de 1941
Fotos do nevão na vila de Fafe em 1941, reproduzidas do Almanaque Ilustrado
de Fafe.
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