O interior do Café Avenida poucos anos depois da inauguração
Reprodução do Almanach Ilustrado de Fafe
O Café Avenida, a funcionar na actualidade; o de maior longevidade em Fafe, abriu no dia 1 de Março 1909, pouco tempo depois da abertura da "Avenida da Estação", há precisamente 110 anos.
Fundado pelo malogrado António Dias Saldanha Peixoto, em sociedade com Manuel de Freitas Fernandes, o Avenida foi o primeiro Café requintado da vila de antanho; na época, existia apenas um outro café mais antigo, designado por "O Figurão".
Em 1909, em termos de restauração, Fafe tinha cinco hotéis, uma hospedaria e dois restaurantes; um total de doze Casas de Pasto completava o conjunto de negócios onde se podia comer e refrescar as gargantas.
O Avenida foi pioneiro, em Fafe, no conceito de Café luxuoso, uma casa de convivio e diversão, inspirado noutros estabelecimentos existentes apenas em grandes cidades.
A notícia da abertura do Café Avenida no semanário "O Desforço", em 1909
Reprodução do "Almanach Illustrado de Fafe"
António Dias Saldanha Peixoto foi o principal fundador e impulsionador do Café Avenida durante cerca de uma década.
A Primeira publicidade
Reprodução do "Almanach Illustrado de Fafe", 1909
Um testemunho dos anos 50 (séc. XX)
«Era uma
sala rectangular com grandes espelhos que reflectiam as lindas mesas com tampos
de mármore branco, à volta das quais estavam belas cadeiras construídas em
madeira nobre. Ao fundo, do lado esquerdo, para quem entrava no café, havia um
belo balcão, atrás do qual estava uma estante de várias utilizações. O bilhar
de quatro tabelas antecedia a grande porta que dava para o caramanchão, lindo e
ameno recanto onde nas tardes de Verão se bebia um bom verde acompanhado de
petiscos, conversas sobre História, Filosofia e Política. Por isso o Avenida se
chamava o café dos intelectuais.
A burguesia
culta frequentava-o diariamente e ali convivia com pequenos comerciantes,
industriais e gente de todo o estrato social. Dizia-se, aí pelos anos
cinquenta, que no Avenida se aprendia a Democracia, a Liberdade, o respeito
pelo diferente».
In: “António
Saldanha – Lembrar um Homem, de António Teixeira da Silva e Castro, Braga 1998.
Reprodução do "Almanaque Ilustrado de Fafe"
António Augusto da Silva Saldanha foi o mais carismático e distinto proprietário do Café Avenida. O seu humanismo e forte convicção politica antifascista, motivou a inclusão do seu nome na toponímia da cidade de Fafe em 1978.
Este apontamento é uma abordagem superficial de uma investigação em curso, que, oportunamente será publicado.
110 anos de História do emblemático Café Avenida, não se esgotam em poucas linhas...
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