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Monumento à "justiça de Fafe" |
Fafe é
conhecido pela sua “Justiça”. “Com Fafe ninguém fanfe…” um chavão que tem
corrido mundo e atesta uma tradição que parece ter a sua génese no século XIX.
Em 1866, José Augusto Vieira, autor da obra “O Minho Pitoresco”, escreveu:
“Olhe meu caro, esta boa terra de Fafe é assim: pão, pão, queijo, queijo,
portuguesa de lei, hospitaleira, franca até à rudeza e capaz também de pôr um
bom cacete de cerquinho, a sua justiça d’eles, onde el-rei não haja posto a sua
própria. E é que a espada vai na burra, e nada por isso de contrariar a
altaneira Fafe. Mas é de simpatizar, não é verdade?”.
Queira-se
ou não. A “Justiça de Fafe”, alvo de algumas lendas, é o símbolo maior desta
terra. Por isso mesmo, em finais dos anos setenta, um grupo de fafenses liderou
um movimento em prol da edificação de um monumento evocativo à “Justiça de
Fafe”. Mário Valente, João da Costa, Carlos Soares, Abílio de Freitas e António
Magalhães, constituíram uma comissão, apoiada pela Câmara Municipal, visando
angariar fundos para o efeito.
Cerca
de 800 contos, foi quanto custou o monumento erigido na parte traseira do
Tribunal. A sua inauguração teve lugar na manhã do dia 23 de Agosto de 1981,
numa cerimónia integrada na Festa do Emigrante, presidida pelo então Governador
Civil de Braga, Fernando Alberto e Parcídio Summavielle, Presidente da
Edilidade local. O monumento, da autoria do artista portuense Eduardo Tavares é
composto por duas figuras em bronze fundido, com 2,20 metros de altura e cerca
de duas toneladas de peso.
Goste-se
ou não, este é o monumento mais representativo da terra, uma terra de Justiça
igual a tantas outras que, um pouco ao contrário desta, mantêm vivas as suas
tradições e os seus símbolos identificadores, sem "tabus ou medos”
infundados que, afinal, são uma ameaça para a nossa identidade cultural.
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