REFEIÇÕES
«São sóbrios os habitantes do
concelho e simples nas suas refeições, geralmente em número de quatro: ao
almoço, por volta das oito horas, consta de caldo e broa, ou de sardinhas ou
bacalhau; no verão bebem um copo de vinho ou aguardente; o “jintar”, às dez ou
onze horas, tem um caldo substancial e um prato de presigo: batatas com
bacalhau, feijão, arroz ou carne de porco; a merenda, às três horas, varia
conforme o serviço: bacalhau ou sardinhas, arroz ou simplesmente cebola crua
com broa; e a ceia, já à noite no fim dos trabalhos, é constituída pelo caldo e
um copo de vinho, quando o há.
A broa acompanha todas as
refeições e é o principal alimento do aldeão.
No inverno, usa-se o
mata-bicho, pequena refeição, logo de manhã cedo, antes do almoço, na qual
tomam um cálice de aguardente e uma “butcha” de pão.
Em Aboim, dava-se,
antigamente, no tempo das malhas, entre o jantar e a merenda, o “buberête”, de
vinho e açúcar.
Em Cepães, nos dias de muito
trabalho, usa-se entre aquelas duas refeições, outra mais leve, o “antebém”.
Iguarias, só nos dias de festa.
No tempo das podas e durante a Quaresma, são muito frequentes as “filhoses”,
que se comem de preferência nessa altura, e sobretudo no sábado de Aleluia, o “sábado
filhoeiro”, porque só então “biro” (viram, isto é, dão voltas no azeite), segundo
crê o povo.»
In: Fafe, Contribuição para o Estudo da Linguagem, Etnografia e Folclore do Concelho de Maria Palmira da Silva Pereira, 1952
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