O Município de Fafe promove uma sessão
evocativa dos 500 anos da outorga do Foral ao concelho de Monte Longo, por
El-Rei D. Manuel I, que acontece na Biblioteca Municipal de Fafe, na próxima
terça-feira, 5 de Novembro, a partir das 21h30.
O Foral manuelino foi
concedido em 5 de Novembro de 1513 ao município de Monte Longo, que passou a
designar-se Fafe nas reformas liberais do século XIX.
Na oportunidade, José Carlos
Pereira Gonçalves, docente da Escola EB2,3 Professor Carlos Teixeira, profere
uma conferência sobre a atribuição do Foral no âmbito do Concelho Medieval de
Monte Longo.
Natural de Cepães, Fafe
(1958), José Carlos Gonçalves é licenciado em ensino: variante de Português –
História e Estudos Sociais, no Instituto Superior Politécnico de Viseu e em
Gestão e Administração Escolar pelo Instituto de Estudos Superiores de Fafe. Em
2002 concluiu o Mestrado em História e Cultura Medievais, na Universidade do
Minho, com a dissertação intitulada “O Concelho Medieval de Monte Longo e o seu
Foral”, editado pelo Município no mesmo ano.
Como o autor sublinha, no seu estudo, o
Foral Manuelino de Monte Longo não instituiu o concelho, não foi o seu
documento fundador, como aconteceu noutros lugares e em outras épocas, com
documentos similares. Tudo porque o município já existia, de facto, com os seus
corpos administrativos instalados e a sua organização específica. O Foral
reconheceu-lhe, de direito, um estatuto e uma categoria que já merecia, pelo
seu passado que radicava em tempos imemoriais.
No caso concreto, o Foral Manuelino
regulamenta as instituições, indica a lista de magistrados do concelho,
estipula as normas referentes à administração da justiça, as multas a aplicar
aos crimes mais comuns na época, fornece regras para a utilização dos terrenos
comunitários, estabelece impostos, garante a liberdade dos povoadores e
assegura a paz.
No documento, ressaltam temas ligados à
justiça, à organização administrativa e à sociedade coeva, sem perder de vista
que o mesmo se enquadra numa política centralizadora do poder real, que
procurava assegurar uma maior rentabilidade dos direitos reais na área dos
municípios, mas também apertar mais fortemente os laços que uniam os concelhos
ao próprio rei.
No final da Idade Média e
por altura da atribuição do Foral, Monte Longo era um pequeno concelho de base
rural, agrícola, pecuária e artesanal, constituído pelas freguesias de Santa
Eulália Antiga (que foi sempre sede do concelho), S. Martinho de Armil, Santa
Maria de Antime, Santa Maria de S. Gens, S. Martinho de Quinchães, Burgueiros e
Casadela (hoje lugar de Quinchães), Santa Comba, S. Martinho de Medelo, S. Tomé
de Estorãos, Santa Eulália de Revelhe, S. João de Cortegaça (hoje lugar de
Revelhe), S. Estêvão de Vinhós, Santa Maria de Ribeiros e pela freguesia de
Lagoa (hoje lugar das freguesias de Aboim e Várzea Cova), além dos coutos de
Pedraído e de Moreira do Rei e da honra de Cepães.
Fonte: Município de Fafe
1 comentário:
Parabéns a Fafe... è bom ass pessoas saberem de onde vêm... para saberem para onde irem...
Luís Timóteo
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