O edifício histórico conhecido por “Palacete
do ex-Grémio” foi mandado construir, no início do século XX, por João Alves de
Freitas, emigrante no Brasil, onde fez fortuna em Manaus e no Pará.
A residência foi terminada em
1912, há 103 anos.
Confrontado com a falência, o
malogrado “brasileiro” de torna viagem, acabou por suicidar-se no interior da
Amazónia em Outubro de 1917.
Reprodução: Jornal "A Tradição", 1920
Consequentemente o palacete
foi vendido a Gaspar Correia da Costa, empresário portuense que, em 1920
remodelou o edifício, adaptando-o a “Hotel de Repouso” e “Casa de Saúde”. O
“Grande Hotel”, como era conhecido, não teve vida longa. Em 1924 foi certamente
desactivado. Por essa altura a luxuosa casa foi comprada por Miguel Gonçalves
da Cunha, sócio Gerente da Fábrica do Bugio. A família Cunha foi proprietária
do imóvel durante cerca de quatro décadas, até ao ano de 1963, altura em que
foi novamente vendido; desta feita ao Grémio da Lavoura de Fafe. As amplas
instalações permitiram albergar, no então designado, “Edifício das
Corporações”, os Grémios da Lavoura e do Comércio, os Sindicatos Têxtil, da
Construção Civil e dos Caixeiros, a Caixa de Crédito Mutuo e ainda o Posto de
Fiscalização do Trabalho e do Desemprego.
O palacete nos anos 60
Ao longo de vinte e oito anos
o “Palácio do Grémio” assistiu ao frenesim diário de um edifício público muito
frequentado, por onde passaram inúmeros funcionários que, com nostalgia, recordam o tempo dedicado à comunidade do concelho. Gradualmente, os diversos
serviços abandonaram o palacete e, no limiar dos anos 90, o prédio é adquirido
pela cooperativa de Agricultores de Fafe.
O palacete em 2011
Já no século XXI, em 2003, a
Caixa de Crédito Agrícola, adquiriu o imóvel, remetendo-o ao abandono, até
2007. Foi nesse ano que a Câmara Municipal de Fafe comprou o histórico
“Palacete do Grémio” por 575.000 Euros.
Durante cinco anos o belo
exemplar de arquitectura neoclássica, revivalista, viu o seu estado de
conservação agravar-se, principalmente no seu interior, completamente
arruinado.
Requalificação do Palacete, 2012
Ao fim de 103 anos, o velho
palacete, repleto de memórias, foi recuperado para instalar o Arquivo Histórico
do Município. Uma nobre função para um monumento novecentista, um dos mais
belos imóveis que integram o, cada vez mais pobre legado “brasileiro” da cidade.
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