Gravura reproduzida da obra citada
Canastro: Outro tipo de
espigueiro, mais tosco, mais económico e de categoria muito inferior…
Só encontrei em Aboim e
Várzea Cova, onde lhes dão os nomes de “canastro” e de “canastro de bergueiro".
É feito de uns poucos de
paus altos que se enterram verticalmente no solo, mais ou menos com disposição
circular.
A cerca de um metro do chão,
está colocada uma tábua, o soalho, a partir do qual se entrelaçam, nos paus,
ramos de codessos, de austrálias e de giestas, ou de qualquer outra madeira
flexível, até quase ao cimo, por onde se deitam as espigas, depois do que se
cobre com palha de milho, cujo conjunto forma o “crutcho. A cobertura tem mais
ou menos um metro de altura.
O pau do meio, a que se
prende a palha, costuma terminar por outro pau atravessado formando cruz, em
Várzea Cova.
Em Aboim, o canastro era
mais largo e não rematava em cruz.
As espigas deitam-se pela
parte superior, antes de a cobrir com o “crutcho”, e tiram-se por por uma
pequena cavidade deixada por tecer, junto ao soalho, a qual se mantém tapada
com uma tábua e arames.
A parte que leva espigas
tem, aproximadamente, três metros de altura.
Para evitar a subida dos
ratos costuma-se colocar em torno dos paus do espigueiro, até ao soalho, umas
“calças de mato”.
Estes canastros chegam a
atingir cinco ou seis metros de altura.
Maria Palmira da Silva
Pereira.
In: “Fafe, Contribuição para
o estudo da linguagem, etnografia e folclore do Concelho”.
Coimbra, 1952
Aboim conserva esta réplica miniaturada de um canastro. Um testemunho da memória colectiva local.
2 comentários:
Adorei a partilha!
Um engenho de qualidade inferior ao espigueiro tradicional, mas mais económico.
Falta saber se a eficácia era a mesma...
O engenho era muito interessante.
Obrigado pela divulgação!
Adorei a partilha!
Um engenho de qualidade inferior ao espigueiro tradicional, mas mais económico.
Falta saber se a eficácia era a mesma...
O engenho era muito interessante.
Obrigado pela divulgação!
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