O edifício histórico conhecido por “Palacete do Grémio” foi mandado construir, no início do século XX, por João Alves de Freitas, emigrante no Brasil, onde fez fortuna em Manaus e no Pará.
A residência foi terminada em 1912, há precisamente uma centúria.
Confrontado com a falência, o malogrado “brasileiro” de torna viagem, acabou por suicidar-se no interior da Amazónia em Outubro de 1917.
Consequentemente o palacete foi vendido a Gaspar Correia da Costa, empresário portuense que, em 1920 remodelou o edifício, adaptando-o a “Hotel de Repouso” e “Casa de Saúde”. O “Grande Hotel”, como era conhecido, não teve vida longa. Em 1924 foi certamente desactivado. Por essa altura a luxuosa casa foi comprada por Miguel Gonçalves da Cunha, sócio Gerente da Fábrica do Bugio. A família Cunha foi proprietária do imóvel durante cerca de quatro décadas, até ao ano de 1963, altura em que foi novamente vendido; desta feita ao Grémio da Lavoura de Fafe. As amplas instalações permitiram albergar, no então designado, “Edifício das Corporações”, os Grémios da Lavoura e do Comércio, os Sindicatos Têxtil, da Construção Civil e dos Caixeiros, a Caixa de Crédito Mutuo e ainda o Posto de Fiscalização do Trabalho e do Desemprego.
Já no século XXI, em 2003, a Caixa de Crédito Agrícola, adquiriu o imóvel, remetendo-o ao abandono, até 2007. Foi nesse ano que a Câmara Municipal de Fafe comprou o histórico “Palacete do Grémio” por 575.000 Euros.
Durante cinco anos o belo exemplar de arquitectura neoclássica, revivalista, viu o seu estado de conservação agravar-se, principalmente no seu interior, completamente arruinado.
Ao fim de 100 anos, o velho palacete, repleto de memórias, está a ser finalmente recuperado para instalar o Arquivo Histórico do Município. Uma nobre função para um monumento novecentista, um dos mais belos imoveis que integram o, cada vez mais pobre legado “brasileiro” da cidade.
Sem comentários:
Enviar um comentário