Na freguesia de Golães
existe um lugar, que apesar da sua ancestralidade e simbolismo, alguém,
inadvertidamente, adulterou o seu topónimo. Trata-se do lugar de SANGIDOS, na confluência
com o lugar de Bouças, freguesia de Fafe. O nome “São Gidos” das placas
toponímicas não tem qualquer fundamento. Em primeiro lugar, não existe santo
algum com o nome de “Gidos”. A tradição e a antiguidade do lugar, com raízes
medievais, apontam inequivocamente para o topónimo SANGIDOS, de origem germânica,
documentado nas Inquirições de 1258 como “Songilde” e “Sogilde”. SANGIDOS é um
antropónimo que mergulha na Idade Média, correspondendo, possivelmente, ao nome
do senhor daquelas terras onde no séc. XIII existiu uma Gafaria (hospital para
leprosos) e por onde passava uma importante via documentada em 1258 com uma
ponte românica sobre o Rio Vizela.
Na atualidade, o nome “São
Gidos” coexiste com o topónimo SANGIDOS, um pouco há vontade de cada um! Certo é
que o verdadeiro nome daquele lugar, carregado de história, é SANGIDOS e não de
um presumível santo que não faz parte da Iconografia Cristã.
Fica aqui o esclarecimento e
contamos que, um dia, seja reposto o nobre topónimo original nas placas e nos
endereços… preservando-se uma memória com cerca oito séculos.
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