Não sabemos ao certo quando
se iniciou a prática das duas procissões; ou seja a que sai da Igreja Nova de
S. José com a Senhora da Misericórdia ao encontro da outra procissão que parte da Igreja paroquial de Antime com a Senhora homónima. É na ponte de S. José que
as duas Senhoras se encontram e saúdam curvando-se. Seguem depois em direcção a
Fafe num único cortejo. Depois de fazer uma passagem pelos Paços do Concelho,
onde autoridades civis fazem a devida vénia às Senhoras, a procissão, uma das
mais concorridas da região, segue para a Igreja Nova, de onde regressa, no
final da tarde, antes de anoitecer, à Casa de origem.
Actualmente o andor da
Senhora de Antime já não pesa trezentos e sessenta quilos e nem sempre os seus
carregadores são jovens possantes, muito menos carregam a Senhora para poderem
casar. Certo é que os concorrentes para tão árdua tarefa de carregar, de pés
descalços, um andor, ainda assim muito pesado, de Antime para Fafe e
vice-versa, fazem-no com muita devoção e como forma de pagamento de graças
concedidas pela Senhora mais devotada em todo o concelho.
Apesar da tradição ter sofrido alterações, e poucos
serão os que ainda comem o anho assado nesta ocasião, certo é que à romaria da
Senhora de Antime que hoje corresponde também às Festas do Concelho, acorrem
dezenas de milhares de peregrinos numa manifestação religiosa que se realiza
ininterruptamente à pelo menos cento e cinquenta anos.
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