15 de junho de 2011

IGREJA NOVA CUMPRIU 50 ANOS DE CULTO (1961 - 2011)



A Igreja Nova de S. José, já aqui o disse, demorou sessenta e seis anos a ser construída. Muitos avanços e recuos condicionaram a tão almejada obra que teve origem numa doação de oito contos de réis que o “brasileiro” Fortunato José de Oliveira fez em 1895 para arranque da construção de um novo templo, mais amplo e “majestoso” que a “velha” Igreja Matriz, já na época, considerada exígua para a quantidade de fiéis que frequentavam as cerimónias religiosas.

Mas Fafe teria ainda muito que esperar para ver levantada a tão almejada igreja que inicialmente, em projecto, teria a denominação de Santa Eulália.

Apesar dos vários apelos, registados sobretudo na imprensa local, só em 1936 as obras sofreram um grande impulso. O conhecido arquitecto suíço Ernesto Korrodi remodelou o projecto anterior e as obras foram retomadas. Entretanto aconteceu a 2ª Guerra Mundial e verificou-se novo recuo que só viria a ser ultrapassado em 1946. As comissões sucederam-se ao longo de quinze anos, trabalhando na angariação de fundos para a conclusão de uma obra que já era motivo de muito desânimo para os fafenses que não viam chegar o grande dia, o dia da sagração e inauguração da Igreja Nova de S. José.

«A conclusão da Igreja Nova de S. José, esse majestoso monumento de Arte, foi uma realidade! Quem há 25 anos atrás contemplasse aquelas pedras musguentas, negras pela acção do tempo, cobertas de ervas e silvas, como que deitadas ao abandono, nunca diriam que aquele sumptuoso templo de pedras rendilhadas, iniciado há dezenas de anos, por bravos fafenses, que se levanta na Praça José Florêncio Soares, se concluiria algum dia!» Mas o dia chegou; 10 e 11 de Junho de 1961. Era pároco de Fafe Joaquim José Leite de Araújo, foi a ele que o “destino” quis entregar a responsabilidade de abrir as portas do novo templo. D. Domingos da Apresentação Fernandes, antigo pároco de Fafe, na qualidade de Bispo de Aveiro fez a sagração da igreja. A inauguração foi presidida por D. António Bento Martins Júnior, Arcebispo de Braga.

Milhares de fafenses e forasteiros assistiram às cerimónias naqueles dois dias de verdadeira festa religiosa que culminava um longo e atribulado ciclo.

A meio século da abertura ao culto da Igreja Nova deixamos aqui um pequeno apontamento de um episódio marcante na História Contemporânea de Fafe.

As comemorações de aniversários valem o que valem e talvez por isso poucos se lembraram do cinquentenário da Igreja Nova. Cento e dezasseis anos após o inicio de um projecto ambicioso, eventualmente megalómano, que marcou a vida religiosa de uma Vila sequiosa de progresso, aqui fica o registo para a posteridade.



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