A ocorrência tem já cerca de um ano, mas foi agora divulgada por José Freitas Pereira, no jornal "Povo de Fafe".
Uma sepultura datada de 1874, que se encontrava no adro da igreja paroquial de Vila Cova, foi desmantelada não sendo conhecida a intenção de a reinstalar em outro local.
O monumento fúnebre, com 145 anos de idade, guardou os restos mortais de Francisco Vieira Cardoso,um jovem de 27 anos falecido em 24 de Junho de 1874.
José Freitas Pereira revelou que o malogrado jovem era "solteiro, filho de António Vieira Cardoso e de Joaquina da Cunha, do lugar da Portelinha. Era cunhado do fidalgo da Casa Real João Baptista Felgueiras com residência na Casa da Boavista em Vila Cova.
O seu pai, a 6 de Fevereiro resolveu fazer testamento, sendo instituído herdeiro, conjuntamente com os restantes treze irmãos"...
A causa da morte deste jovem não foi apurada.
Segundo a leitura de José Pereira a tampa sepulcral apresentava a inscrição seguinte;
«Á memória do motorista Francisco Vieira Cardoso.
Nascimento - 18/08/1846 e óbito- 24/06/1874.
Como testemunho de infinita saudade»
Desconheço o paradeiro deste monumento funerário. Não sei se foi destruído?
Se assim aconteceu estamos perante um crime de lesa património de contornos afectivos, por se tratar de um sepulcro. Certamente existem descendentes deste finado que, supostamente não ficariam satisfeitos com o desfecho da última morada deste seu antepassado.
Vila Cova não tem assim tanto património histórico que se permita "deitar fora" este testemunho da sua memória colectiva.
Os responsáveis por este acto infeliz mostraram total insensibilidade e carência de afecto por uma terra que também lhes pertence.
Solidarizo-me com José Freitas Pereira, denunciante da ocorrência, esperando também que o mal possa ser remediado, construindo o monumento funerário em outro local, com dignidade e que lhe confira a visibilidade que merece.
O cemitério local poderá ser uma boa solução!
Para finalizar digo que este infeliz acontecimento não dignifica a nobre "freguesia" de Vila Cova cuja população merece ver preservados os parcos testemunhos da sua história com raízes bem profundas.
Fotos: Jesus Martinho, 2011
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