A primeira
“Biblioteca Popular Móvel” de Fafe foi inaugurada com pompa e circunstância na
noite de sexta-feira, 11 de Junho de 1915.
Numa sessão realizada
na sala de sessões dos Paços do Concelho, presidida pelo então Presidente da
Comissão Executiva, Dr. Artur Vieira de Castro, na presença dos professores
oficiais e “cavalheiros de respeitabilidade”, foram proferidos discursos empolgando
o “grande benefício” da iniciativa do inspector Luz Almeida e do “regime
republicano”. «Derramar a instrução por todas as classes sociais por meio das
bibliotecas móveis, é construir, dentro do regime que ajudou a implantar o
edifício soberbo da instrução popular», proferiu o orador Parcídio de Matos.
A biblioteca ficou
sob a responsabilidade do professor João de Oliveira Frade e foi instalada na
“1ª cadeira masculina”.
Perto de duzentos
volumes compunham esta biblioteca de leitura variada: romances, novelas,
contos, história, sociologia, ciência, entre outros.
«A leitura é
domiciliária, o leitor leva o volume para sua casa, sendo para isso necessário
um fiador idóneo que assinará a saída dos livros, juntamente com o
requisitante», explicou Luz Almeida.
A biblioteca estava
devidamente catalogada e funcionava de segunda a sábado, das 9h00 às 18h00.
Contudo, este
“benefício republicano” não foi bem-sucedido. Passados cerca de seis meses, em
Novembro, o jornal “O Desforço” publicou o seguinte: «Esta biblioteca deve
estar a terminar o prazo da sua permanência em Fafe e parece-nos que poucos
livros se terão lido dela. Pena é.».
É caso para dizer:
“Um Povo com fome, não tem estômago para livros”.
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