24 de maio de 2012

LAVADOURO PÚBLICO FOI DESLOCADO E PRESERVADO





Primeiro nas margens dos rios e poças, mais tarde em lavadouros, a lavagem de roupa era uma tarefa exclusiva das mulheres. “As máquinas de lavar comunitárias” surgiram em finais do século XIX, passando a ser muito concorridas por lavadeiras de mister e outras que lavavam a sua própria roupa. Eram lugares de encontro onde se lavava roupa suja, dentro e fora do tanque; eram os “pasquins” da aldeia.



Outrora existiam na “vila” de Fafe vários tanques públicos que, aos poucos, foram desaparecendo. Os lavadouros são património representativo de uma época, anterior ao fornecimento de água canalizada para habitações em que as práticas comunitárias eram mais frequentes. O simbólico lavadouro da Praça das Comunidades é dos poucos ainda existentes na cidade.
Foi desativado no dia 30 de Dezembro de 2011. Até ao último dia cumpriu a sua função: servir algumas “lavadeiras da Rua de Baixo”.
Não conhecemos com exatidão a idade do lavadouro da Praça das Comunidades; é da Idade Moderna, provavelmente construído em meados do século XX. Anteriormente existia, perto do local, uma poça que ao longo de muitas décadas serviu também como lavadouro.





No inicio de 2012 o Município mandou transladar os tanques do lavadouro para um local próximo da sua implantação original.
Lembramos que a Associação Atriumemoria, em Outubro de 2011, alertou para “a necessidade de preservar o lavadouro, desafiando o engenho dos projetistas incumbidos da requalificação daquela zona da cidade”. Responsáveis daquela Associação Cultural disseram ao Notícias de Fafe que “apesar de mais uma vez o progresso ter atropelado o Património Histórico, a solução encontrada foi feliz, na medida em que a estrutura original foi preservada e valorizada em termos estéticos. Desta feita, a memória coletiva dos fafenses não foi apagada e o Município cumpriu o dever de proteger o nosso Património”. Concluiu a Associação Atriumemória.
Durante décadas o lavadouro das Comunidades sentiu o bater da roupa e o deslizar do sabão, azul ou rosa, nas suas pedras curvadas para o tanque, escorrendo muito suor operário. Agora é uma memória de um tempo que não deixará saudades, sobretudo para as mulheres que ali passaram uma boa parte da sua vida a lavar roupa alheia em troca das moedas da sobrevivência.
















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