24 de janeiro de 2011

SEMINÁRIO ULTRAPASSOU EXPECTATIVAS SEM ESQUECER MIGUEL MONTEIRO



Na passada sexta-feira 21 de Janeiro, o auditório da Biblioteca Municipal de Fafe, acolheu o Seminário “A Emigração na Primeira República”. Uma iniciativa do Município de Fafe, organizado pelo Sector de Cultura, nomeadamente pelo Museu das Migrações e das Comunidades.

O Seminário teve como objectivo, a contextualização do fenómeno migratório no período da primeira República. Para além do Museu das migrações e das Comunidades o evento contou com a parceria do Centro de Estudos das Migrações e Relações Internacionais (CEMRI), da Universidade Aberta.

O século XIX caracterizou-se por convulsões políticas que se agravaram no inicio do século passado com a implantação da República. A instabilidade social provocou uma das maiores vagas emigratórias – entre 1900 e 1930 – mais de um milhão de portugueses emigraram para o Brasil e para os EUA. Durante apenas quatro anos, entre 1910 e 1914, cerca de 300 mil partiram para o Brasil.

Por seu lado, Portugal recebeu também um considerável número de imigrantes oriundos, principalmente, da Galiza.

O tema suscitou o interesse de várias dezenas de fafenses inscritos neste Seminário, que viu a sua plateia cheia.

Logo após a recepção dos participantes e respectiva entrega de documentação, teve lugar a sessão de abertura presidida chefe da Edilidade José Ribeiro, acompanhado pelo Vereador da Cultura, Pompeu Martins e da investigadora do CEMRI, Maria Beatriz Rocha Trindade.


Durante a manhã foi apresentado o 1º Painel deste encontro, subordinado ao tema: “A Emigração e a Imigração em Portugal”, moderado por Jorge Fernando Alves do Instituto de Ciências Naturais da Universidade do Minho.

“Politicas e Práticas de Emigração na Primeira República” foi temática para a primeira comunicação, apresentada por Jorge Fernandes Alves, da Universidade do Porto.

Vindo da Universidade do Minho, Viriato Capela, dissertou sobre “A Emigração e o Surgimento da Acção Regionalista em Portugal”.

Domingo González Lopo, da Universidade de Compostela, foi o terceiro orador com a temática:


“Os Lisboanos Galegos, Evolucion Económica, Social e Ideolóxica dun Colectivo Imigrante en Portugal”.

Seguiu-se o Galego, Carlos Pazos Justo do Instituto de Letras e Ciencias Humanas da Universidade do Minho, “A Emigração Espanhola em Lisboa na Primeira República: o Caso do Enclave Galego”, foi o assunto da sua comunicação.

A manhã terminou com um pequeno espaço de debate e troca de ideias.

Cerca das 15h00 os trabalhos recomeçaram com um 2º Painel: “Portugal/Brasil – Factos, Gentes e Representações”, com a moderação de Henrique Barreto Nunes, Conselheiro de Cultura da Universidade do Minho, que precedeu as apresentações com uma sentida alusão ao seu amigo e companheiro, Miguel Monteiro.


Maria Beatriz Rocha Trindade, apresentou a sua comunicação: “Portugal/Brasil, Trajectórias de Sucesso e de Insucesso no Contexto Migratório”.

De seguida o investigador fafense Daniel Bastos falou sobre o Concelho de Fafe durante a Primeira República e o Fenómeno Migratório.

Jorge Arroteia da Universidade de Aveiro e mentor da “Emigrateca Portuguesa”, encerrou o segundo e último painel deste Seminário com a comunicação: “Uma Visão Retrospectiva sobre as Migrações Portuguesas”.

O evento culminou com a intervenção final do Vereador da Cultura, Pompeu Martins que se mostrou muito agradado com a dinâmica e qualidade das comunicações, afirmando que oportunamente, com ou sem apoios externos, o Município assumirá a publicação dos trabalhos apresentados neste Seminário sobre Emigração que foi também uma homenagem ao grande mentor do Museu da Emigração e das Comunidades Portuguesas, o investigador fafense por adopção, Miguel Monteiro que abandonou este Mundo cedo demais, merecendo o reconhecimento cientifico de todos os especialistas intervenientes nesta jornada Cultural de enorme importância para Fafe.

Cultura

 










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