Na fria noite do passado sábado, 22 de Janeiro, o acolhedor Teatro-Cinema de Fafe viu a sua sala repleta de público para assistir à apresentação do livro “Fafe – Estudos de História Contemporânea”, da autoria do jovem investigador fafense Daniel Bastos.
Pelas 22h00, centenas de pessoas entravam na sala que outrora foi também palco de oposição ao Estado Novo, um espaço recentemente restaurado pela Autarquia, tantas vezes cenário de manifestações que marcaram a História fafense do século XX.
Antes da apresentação da obra, o compositor, Nelson de Quinhones, interpretou ao piano uma peça da sua autoria expressamente escrita para a ocasião, inspirada na figura do General Humberto Delgado, cuja partitura foi oferecida a Iva Delgado, filha do General sem medo.
As primeiras palavras da noite foram proferidas pelo historiador e autor Artur Ferreira Coimbra, que fez o elogio do livro e do seu autor, explanando o conteúdo da obra que considerou”fantástica; uma rampa de lançamento para trabalhos futuros”. Artur Coimbra atirou ainda palavras de louvor à editora “Labirinto” que deu à estampa mais uma grande obra”. Foi precisamente João Artur Pinto, Presidente da referida editora fafense, que falou seguidamente, fazendo alguns agradecimentos, lembrando que os “Estudos de História Contemporânea” nasceram quase em simultâneo com a “Labirinto”, há cerca de uma década.
Iva Delgado aceitou o convite de Daniel Bastos, esteve presente, assinou o prefácio do livro e falou para uma plateia rendida ao discurso espontâneo e apaixonado da Presidente da Fundação General Humberto Delgado.
Iva Delgado contou alguns episódios da sua vivência também como resistente ao regime Fascista e fez uma análise sobre a obra de Daniel Bastos, realçando a forma original de como o autor abordou os temas, evidenciando uma investigação aturada até ao mais ínfimo pormenor.
Iva Delgado agradeceu o acolhimento que Fafe lhe tem proporcionado ao longo dos anos e felicitou os responsáveis por mais este livro de História contemporânea que passará a fazer parte de uma memória colectiva, não só para Fafe mas também para o Mundo, realçou.
Daniel Bastos, emocionado, iniciou a sua intervenção, agradecendo aos patrocinadores que tornaram possível a edição de 1.000 exemplares.
O autor fez um breve historial do caminho percorrido para a concepção do livro, passando em revista, o seu conteúdo.
“O que fiz neste livro foi, olhando para as dinâmicas politicas, sociais e culturais deste concelho, fazer um retrato do século XX em Fafe, sempre em conta ponto com a dinâmica regional, nacional e até internacional… uma visão sobre as nossas raízes, o nosso Património, daquilo que é a nossa memória colectiva”, sublinhou Daniel Bastos no final da sua intervenção.
O discurso do Presidente do Município de Fafe, José Ribeiro, encerrou a sessão. O autarca referiu que aquela noite era também muito especial e notável para Fafe, na medida em que o presente livro é uma mais valia para um melhor conhecimento da História contemporânea de Fafe.
No final dezenas de pessoas aguardaram pacientemente pelo autógrafo do autor Daniel Bastos que, com este livro, prova as suas qualidades como investigador e historiador. O jovem autor irá, certamente continuar a sua nobre e importante tarefa de transmitir às gerações futuras uma memória colectiva que identifica Fafe; o seu território e as suas gentes.
FOTOS: Manuel Meira
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