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Casa do Ermo Paços |
O concelho de Fafe tem oito Imóveis classificados, um dos quais é Monumento Nacional, apesar das disposições legais, alguns destes edifícios Históricos estão votados ao abandono e ameaçam ruína.
Uma boa parte das Terras portuguesas fazem bandeira do seu Património Cultural. Tiram partido turístico da sua raiz Histórica e da sua Etnografia, conservam-no e divulgam-no.
O português tem, normalmente, orgulho nos testemunhos de um passado mais ou menos longínquo, herança incomensurável que todos temos o dever de salvaguardar.
O concelho de Fafe também tem a sua História, os seus Monumentos a sua memória colectiva. Terá também a sua soberba pelas marcas do seu passado.
No sítio de Internet do IGESPAR (Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico), estão inscritos oito imóveis classificados em todo o território que constitui o concelho de Fafe.
Em Portugal estão previstos três tipos de classificação para o Património Imóvel: Monumento Nacional, Imóvel de Interesse Público e Imóvel de Interesse Municipal.
Casa de Arrochela |
Quanto a Imóveis de Interesse Público, em Fafe, é tudo. O IGESPAR dá conta de mais três imóveis em vias de classificação: o Palacete do “Centro de Emprego” Arte Nova de importação francesa, datado de 1912, é actualmente propriedade do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social. O seu estado de conservação começa a ser preocupante; Casa e Quinta de Paredes em Medelo, solar barroco construído em meados do século XVII, tem despacho de abertura datado de 1994; Por fim a Igreja, antigo Convento da Cruz e cerca localizado na freguesia de Fareja. Conjunto já muito alterado mas que continua a manter alguns pormenores da sua antiguidade. Tem despacho de abertura desde 2004.
Analisando a listagem oficial do IGESPAR, concluímos que desde 1927, altura em que foi classificada a Igreja de Arões, passaram 59 anos até serem feitas novas propostas de classificação de Imóveis Históricos. Exceptuando o Teatro-Cinema o restante Património classificado é privado e em alguns casos encontra-se mal conservado e votado ao abandono, é o caso da Casa de Arrochela, do Solar da Luz e do Povoado Castrejo de Santo Ovídio.
Felizmente que existem proprietários que souberam preservar os seus Imóveis sem descaracterizar os edifícios. A Casa do Ermo é disso bom exemplo.
É importante frisar que o Património classificado no concelho de Fafe, corresponde a uma pequena parte das reais potencialidades nesta vertente.
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Solar da Luz, Fornelos |
As Autarquias, querendo, podem assumir um papel fundamental na preservação do Património Arquitectónico e Arqueológico. Existem casos onde o poder politico local está sensibilizado para esta necessidade premente, e mesmo com parcos recursos, consegue realizar um trabalho meritório, mobilizando também cidadãos interessados em conservar a sua/nossa identidade Histórica.
Em jeito de reflexão final digo que, na minha modesta opinião, a classificação do Património, só por si, não tem a eficácia desejada. Mais importante será: registar, estudar, conservar e valorizar o Património Histórico e Arqueológico. Tomar medidas eficazes de protecção não permitindo a sua destruição, é um trabalho, que em Fafe, é absolutamente prioritário.
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Palacete Arte Nova (1912) |
1 comentário:
Pormenores bem interessantes. Não conheço os edifícios de Fareja e de Arões. Já o Solar da Luz... é realmente uma pena não ser aproveitado para outros fins. Estava-me a ver a fumar um charuto com música jazz a embalar-me e com um copo de vinho a pensar na vida curta. Se fosse rico, investia nestas coisas.
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