O Parque da cidade é um dos mais ambiciosos projectos do Município. As obras de requalificação do vasto espaço que liga a "Feira Velha" a Santo Ovídio iniciou à 17 anos, contudo, só em 2000 a Câmara Municipal adjudicou alguns equipamentos como o Pavilhão Multiusos que custou mais de 5,2 milhões de euros, o Jardim Central orçado em 3,5 milhões de euros e a Escola de Trânsito que ascendeu a €314.265. A conclusão deste enorme projecto arrastou-se até aos nossos dias, sendo alvo de críticas ao executivo camarário que ambicionava dotar o espaço com outros equipamentos, nomeadamente uma piscina, cortes de ténis, o museu do automóvel, entre outros. A crise económica conduziu ao abandono do projecto inicial e, após uma consulta pública, o Município resolveu simplificar e apresenta agora um novo projecto, mais económico e mais verde cuja memória descritiva deixamos aqui.
1 - INTRODUÇÃO
A proposta apresenta uma
solução desenvolvida perante uma leitura da área de intervenção, em que forma
determina tensões e contradições inerentes a um espaço devoluto, sem funções nem
preenchimentos físicos permanentes.
O projeto propõe a
consolidação desse espaço como cenário para ocorrências simples, para momentos
cuja consistência é apenas a da vivência das pessoas, das suas experiências e
das suas emoções.
Muito mais do que impor uma
forma, constitui orientação fundamental da presente proposta conseguir sugerir
o estabelecimento de relações entre o lugar e as pessoas, e tornar-se, enquanto
projeto de espaço público, relevante para a cidade, não pelo espaço físico que
ocupa ou pelo carácter impositivo da sua imagem, mas pelo significado que lhe
será atribuído pelas pessoas, através do seu quotidiano, através de momentos
tão simples como uma tarde passada com os seus filhos pequenos.
2 – ÂMBITO DA INTERVENÇÃO
Modelação do terreno
existente, com o intuito de criar um espaço com um declive constante nas orlas
e uma zona central mais plana;
Diminuição do impacto visual
do talude existente;
Possibilidade do
desenvolvimento de atividades lúdicas e desportivas, por exemplo, concertos,
eventos desportivos;
Aproveitamento das
estruturas existentes na definição dos declives. Através da modelação previstas
é possível integrar, por exemplo, os muros no espaço global;
Arborização com espécies
autóctones (Carvalhos, Pinheiros, Sobreiros, Vidoeiros, Castanheiros, etc).
Cerca de 500 exemplares de árvores e ocupação de 2000m2 com espécies
arbustivas;
Criação de um bosque e de um
pinhal, como forma de transpor para o parque o tipo de paisagem natural
existente, permitindo aos utentes diferentes experiencias sensoriais ao longo
de todo o ano;
Inclusão de equipamentos
bio-saudáveis num espaço sobranceiro do parque ao longo de um dos percursos;
Possibilidade de prática de
vários exercícios físicos de uma forma livre;
Localização entre zonas de
sol pleno e zona de sombra, possibilita aos utilizadores optarem por espaços
mais ao seu gosto;
Integração de um
polidesportivo pré-fabricado para a prática de desportos coletivos (futebol,
andebol, basquetebol, voleibol, etc);
Criação de uma bancada,
aproveitando o declive existente no local, proporcionando um espaço de descanso
e observação dos grupos que estejam a utilizar o polidesportivo;
Criação de percursos
pedonais no parque requalificado, com inclinações baixas, que variam entre 6 a
8%;
Definição de vários
percursos com comprimentos distintos, permitindo várias combinações de circuito
fazendo com que os utentes criem uma “fantasia” de utilização diversificada;
Integração da área das
“matas” no conjunto global do parque, através do tratamento dos percursos
existentes e a consequente ligação ao espaço requalificado;
Criação de passagens sobre a
linha de água existente, em madeira, que permitirá uma interligação entre os
espaços mais fluída;
Definição dos acessos à zona
das matas com limpeza e aproveitamento dos percursos existentes junto à
serração, à escola de Montelongo, à ETAR e criação de um novo percurso e ponto
de acesso próximo do estacionamento da escola de trânsito;
Alteração da largura da via
automóvel, tornando-a uma via de trânsito condicionado, entre o parque em
frente ao multiusos e a escola de trânsito, tornando-a uma via que privilegie a
caminhada;
Criação de uma praça
multiusos executada com materiais que resultem do levantamento ao longo da via,
após a redução da largura da mesma. O trânsito automóvel é permitido em casos
extraordinários (eventos, serviços de urgência, manutenção, etc.);
Toda a zona frontal do
edifício do pavilhão multiusos ganha dimensão com a criação de um espaço
condicionado nas suas imediações, permitindo utilizações diversas do mesmo
espaço;
Interligação entre a zona
radical, o jardim central e o espaço do parque urbano torna-se mais fluída não
havendo quebras de ligação entre os três espaços. Com esta solução o parque
ganha uma nova profundidade;
Definição mais natural do
parque, afastando o elemento “automóvel” desta zona, aumentando o sossego dos
utentes, promovendo com maior rigor o princípio de natureza pretendido;
Possibilidade de abrir a via
aos automóveis sempre que se considere necessário. (eventos, veículos de
emergência, manutenção);
O cruzamento da praça mártires do fascismo
deixará de ser um ponto negro no funcionamento de trânsito nesta zona, através
da alteração do tipo de acesso que atualmente funciona como “rua” passará a
funcionar apenas para servir o parque de estacionamento;
Possibilidade futura de
integração do núcleo de Sá no espaço do parque da cidade, com o aproveitamento
das suas caraterísticas arquitetónicas.
Criação de dois pontos de
chegada bem definidos, com uma linguagem que pretende manter uma unidade visual
com o “jardim central” através da adoção da forma circular;
Estes pontos de chegada
servirão, de igual forma, como pontos de encontro e zonas de descanso, com a
implantação de bancos sobre um piso com diferentes materiais;
Requalificação do espaço no
prolongamento da praça Mártires do Fascismo que servirá como “entrada” no parque.
Fonte: Município de Fafe
+c%C3%B3pia.jpg)





1 comentário:
Com todo o respeito, mas estes engenheiros sò sabem fazer projetos com o valor monetario do projeto, ou sò quando existem problemas è que chegam a outra soluçao como esta de momento.
Desculpem là, mas nao è preciso estudar para fazer o que nao foi feito devidamente e pensado como deve ser.
Ideias sao muitas, e tenho a certeza que se pode fazer ainda mais e melhor e ainda mais economico.
Por favor, basta de fazer projetos com que so agradam a poucos mas pensem e ouçam as pessoas da terra do que realmente gostavam de ter, e nao sò.
Abraòos Fafenses
Enviar um comentário