Faz hoje, 10 de Janeiro de 2015, noventa e um ano que o Teatro-Cinema local foi inaugurado.
Reconstruído de um espaço mais antigo, edificado no século XIX, este emblemático e histórico edifício foi restaurado em 2008 e, em 25 de Abril do ano seguinte, foi devolvido aos fafenses, correspondendo na actualidade, à principal sala de espectáculos da cidade, uma das "jóias da coroa" do património arquitectónico fafense.
TEATRO DE FAFE
«… O Teatro de Fafe era um
edifício velho, condenavel, mas o adorável folho de Fafe sr. dr. José
Summavielle Soares, aquiriu.o, fez dele o teatro mais moderno, mais luxuoso,
mais elegante, mais confortável que em terras de província não existe e que nos
grandes meios poucos existirão que forneçam ao artista e ao publico tantas
comodidades. Para isso não se tem poupado a despesas, dotando o teatro com tudo
quanto há de melhor.
A pintura é a mais fina, feita
por artistas do Porto. O mobiliário é luxuoso, artístico, confiado a uma das
mais acreditadas casas do Porto – “A Japonesa, Limitada».
Situado na rua Mgr. Vieira de
Castro, em frente à majestosa habitação do sr. Summavielle, o teatro, para
ficar nas condições em que fica, não podia senão ser adquirido por este senhor,
pois que os terrenos laterais e posterior, para onde cresceu o palco e onde se
formaram os camarins, pertencem ao sobredito senhor.
Adquirindo a velha casa de
espectáculos, o grande e admirável impulsionador de Fafe prestou mais um bom
serviço a esta linda e encantadora terra, pois a dotou com um edifício
admirável que muito o honra e que, se mais coisas não tivesse a perpetuarem-lhe
o nome, o novo teatro era o suficiente para isso.
Ampliado o palco, como
dissemos, o teatro sofreu uma transformação completa. Quem conhecia o velho
casario e hoje ali entre, defronta com um paraíso. Essa modificação excede a
espectativa. Duas ordens de camarotes, frisas, plateia vedada, com um pano de
boca moderno, o geral convidativo – o Teatro de Fafe há-de sobressair com a
profusão de luz que vai ter em noites de gloria como vae ser a da inauguração
que nos dizem está para os primeiros dias de Dezembro.
Ali há higiene, segurança
contra incêndios: sim porque o teatro está reconstruído nas mais modernas
condições.
A entrada preserva contra os
gelos do inverno.
O salão nobre vae ficar uma
coisa surpreendente, original, ultrapassando o timbre do luxo.
O frontispício está sofrendo
uma pintura artística, adaptável a asa de espectáculos.
Eis o que, em breves palavras,
se nos oferece dizer do Teatro de Fafe.
E, para rematar, vamos
antecipando as mais entusiásticas felicitações ao sr. dr. José Summavielle
Soares».
IN:
Jornal “O Desforço”, 8 Novembro 1923
Reprodução do "Almanaque Ilustrado de Fafe", 1925
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