Desde finais do século XIX
que Fafe pode orgulhar-se de ter sido uma Terra fértil em matéria de imprensa escrita com dezenas de títulos, regra geral semanários, que ao longo de mais
de um século “disputaram” as noticias, tratando-as de forma diferente,
consoante a ideologia politica e interesses facciosos.
Naquela época ainda não
existia a isenção noticiosa, cada jornal assumia, sem tabus, o seu quadrante
politico e os leitores acabavam por consumir tudo para depois discutirem os
acontecimentos em longas tertúlias de café ou servindo-se da abrigada Arcada,
hoje transformada.
Olhando para a história da
imprensa local, facilmente nos damos conta da forte concorrência nesta área,
com vários jornais a serem publicados em simultâneo. Fafe chegou a poder
escolher entre cinco periódicos. Numa época em que as noticias escasseavam. Era
obra!
Em pleno século XXI, Fafe
passa por uma crise de imprensa escrita sem precedentes onde não existe
pluralismo informativo.
A alegada “queda” do jornal “Correio
e Fafe”, deixou uma enorme lacuna no panorama informativo fafense.
Era o jornal mais reclamado,
alvo de queixas de todas as forças políticas do concelho… sinal da sua isenção.
As notícias eram tratadas de forma profissional com total imparcialidade.
Alguns grupos locais nunca perceberam que para ser alvo de notícia é necessário
existir matéria noticiosa, não basta andar por aí, em oposições “radicais”, que
em nada contribuem para o bom nome de Fafe.
Resta-nos o “grande
sobrevivente”, o jornal “Povo de Fafe”. Não vou aqui fazer qualquer crítica ao
semanário, deixo essa tarefa aos fafenses mais elucidados em matéria de ética jornalística.
O dinamismo jornalístico de
outrora está suspenso, não existe, no momento, pluralismo noticioso em Fafe. A
manter-se esta lamentável situação, Fafe legará aos investigadores do futuro
uma visão mono facetada deste período da história do concelho de Fafe.
Poderá a Internet ajudar a
alterar o infeliz cenário… pode… mas não é a mesma coisa.


1 comentário:
Que pena Martinho, é muito importante haverem muitos jornais no nosso concelho. E ainda para mais um jornal isento como tu nos dizias. Vai fazer muita falta, Abraço
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