As Alminhas são pequenos monumentos religiosos e são um dos vestígios mais importantes da arte popular portuguesa.
Não se tem qualquer certeza acerca da sua origem, mas sabe-se que a crença em deuses protectores dos caminhos e das encruzilhadas é muito antiga. Os concílios de Leão ( II ), Florença e de Trento vieram reforçar o dogma da existência do Purgatório, mas foi, principalmente, a partir do concílio de Trento, em 1563 que este dogma foi fortemente fortalecido e difundido, assim como o foi o costume da “ encomendação das almas “.
O culto das almas e o fascínio que os caminhos e encruzilhadas sempre provocaram nas pessoas, contribuíram para que as Alminhas ocupassem o lugar dos anteriores altares romanos, mas isto não explica que as Alminhas tenham origem nos referidos altares.As Alminhas são uma das expressões mais originais da arte popular portuguesa e expressam a religiosidade do nosso povo.
O povo chamou oratório, ao painel ou retábulo com a representação do Purgatório, normalmente através de pintura, Alminhas. Estas representavam as almas que ardiam no fogo do Purgatório.Situadas à beira dos caminhos, nas bermas das estradas, nas encruzilhadas, na frontaria das casas ou dos pátios, encontram-se por todo o país, embora em maior número no Norte e Centro.
As almas que ardem no fogo do Purgatório, simbolizado por uma fogueira, rezam para assim pedirem o auxílio dos santos como S. José, S. António entre outros, do anjo S. Miguel Arcanjo, de Jesus Cristo crucificado, da Virgem Maria e do Espírito Santo e pedem também às pessoas que por lá passam que rezem por elas, para poderem ir para o Céu.
Em Portugal, as primeiras representações artísticas do Purgatório só aparecem a partir do século XVI. Durante o séc. XVII, os quadros do Purgatório espalham-se mais ou menos por todo o país. No entanto, é difícil encontrar, nos nossos dias, painéis seiscentistas. No séc. XVIII as pinturas ao ar livre das cenas do Purgatório espalharam-se, em grande número, por muitos caminhos e povoações. Nos séc. XIX e XX as pinturas do Purgatório mantiveram-se. No nosso séc. quase todos os retábulos foram substituídos por painéis de azulejos.
Fernando Roque
A Associação ATRIUM está a desenvolver trabalhos no terreno, com o fito de recolher elementos tendentes à futura constituição da Carta do Património de Fafe. As alminhas e os oratórios, fazem parte do nosso Património popular e religioso, pelo que serão também alvo de inventário. Muitos dos exemplares existentes no concelho foram votados ao abandono e carecem de um rápido registo e eventual restauro.
As imagens aqui apresentadas são uma pequena mostra das alminhas do Município de Fafe.
As imagens aqui apresentadas são uma pequena mostra das alminhas do Município de Fafe.
Créditos fotográficos Associação ATRIUM


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